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domingo, 8 de dezembro de 2013

Monólogo com a Noite (perda de tempo...)

– Olá! – disse a voz. Para não ser rude eu deveria de responder. (Certo?)
– Olá. Quem é? – não pude evitar a pergunta, mas não sei se realmente estava interessado na resposta.
– Mas oras, que ingratidão, já se esqueceu de mim?
– De mim quem? – odeio quando não me respondem logo.
– Da Noite! Quem mais estaria conversando com você as 2:30 da manhã? Drrr!!!
– Ah, sim, não esqueci não, apenas não lembrava que você conversava.  – talvez eu esteja a tempo demais acordado e escutando coisas.
– Que falta de consideração com a minha, não posso dizer pessoa, direi “minha presença”.
 – Peço perdão a senhorita, porém algo me incomoda.
– Você parece sempre estar incomodado, mas vou me arriscar a perguntar o motivo de tal incomodo. O que te incomoda? – engraçadinha esta senhorita Noite, não é?
– Por que, depois desses quase 4 anos a senhorita veio conversar comigo novamente? – uma dúvida justa, creio eu.
– Bem, não sei, você estava aí, meio que sem fazer nada, a toa, com essa cara de sono e não dorme, então pensei “Falar um oi não faria mal.” – até que ela foi razoável com meu estado, a cueca boxer deveria ter espantado qualquer um.
– Pois agora está explicado. Mas não acho que eu seja a pessoa mais interessante com quem conversar durante a madrugada, sabe como é, brigando irracionalmente com o sono que já está aqui e eu empurro pra fora da porta.
– Quem sabe não foi ele o passarinho que me pediu pra conversar  com você, é irritante quando alguém não deixa você realizar o seu trabalho e, o Sono, está aí batendo na porta faz tempo e não consegue entrar pra te colocar na cama. – agora começo a lembrar por que não puxo conversa com essa senhorita.
 – Você quer o que, que eu deixe o sono me ninar é? Estou muito bem acordado! – mentira, estou caindo aqui, bem, quase.
– Você quem sabe, só não venha depois dizer que a noite foi péssima e você não dormiu direito, não tenho nada haver com isso, bem que tentei avisar. Passar bem! – que mal humorada...
– Muito obrigado, passarei sim. Sinta-se livre para conversar numa outra madrugada qualquer. – até parece que ela volta.
– Humpf! Abusado! – finalmente me livrei dessa chata!

Ainda sussurrando ao vento...

E por lá andava o Andarilho Rubro, sussurros do vento ao pé de seus ouvidos, nunca nada interessante, será que o mundo perdera a graça? Onde andava a magia de outrora?
“A inocência morreu” pensava ele, respondia ao vento e mandava que este lhe trouxesse notícias interessantes, mas sem muita esperança que isto acontecesse.

Quão solitário é andar pelos campos e pradarias à noite, fadado a caminhar sozinho até o dia em que seu fardo for retirado. Por lá se ia o Andarilho Rubro, se perdendo em meio ao vazio do campo e aos sussurros do vento, sem nunca parar de andar sem rumo.